Faz tempo que se ouve falar na tal Reforma Política. Ela alimenta desde conversas de botequim intelectual a programas partidários e na imprensa em geral. Mas, pensando bem, o que é isso mesmo?
Não se acredita que o lobo vá virar vegetariano e largar as facilidade de sempre. Acreditar na classe política e pregar mudanças já é ingenuidade.
A meu ver a melhor definição da reforma política é Um Homem-Um Voto. Hoje, graças aos mecanismos protelatórios do tempo da república e velha e dos militares a seguir, temos distorções regionais que fazem um voto no Acre, por exemplo, valer dez vezes um voto de São Paulo. E vá mexer nisso!
Então, primeiro se mexe na questão eleitoral. E não vai ser fácil. Por que não se tenta uma reforma não para agora, mas para daqui dez anos, por exemplo?
Cada estado poderia ter 2 deputados mais um para cada 500 mil habitantes. E assim teríamos algo como 420 deputados. O mandato poderia ser como nos EUA, 2 anos. Assim, se renovaria mais rápido e com certeza se baixaria o custo da campanha, se aliado ao voto distrital misto ou puro.
O Senado poderia ter 2 por estado, como antigamente antes dos militares criarem o senador biônico para barrar o avanço do MDB, em 77. E o mandato em vez dos 8 anos poderia ser de 4 anos, com renovação de 50% a cada 2 anos.
E nos estados e municípios a regra ia sendo idêntica, com proporcionalidade. Governadores, 4 anos, Prefeitos, 4 anos, vereadores e deputados estaduais, 2 anos.
É difícil? sim, mas sempre será um bom começo. O que não podemos é deixar a atual classe política, viciada e corrompida pelo conluio com o Estado e os empresários que vivem à sombra das verbas públicas decidir tudo sozinha e levar a tal reforma com a barriga pelos próximos séculos.
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