quinta-feira, 27 de dezembro de 2007

Reveillon Santander na Paulista: Estarei lá

Reveillon 2008 na Avenida Paulista. Estarei lá e conto com vocês.

Depois eu conto como foi a festa e os shows da área vip.

Venham, São Paulo merece.

Benazir e o destino dos Buthos

O que estava anunciado aconteceu: morre Benazir Butho na violência do extremismo islâmico paquistanês. Digo paquistanês pela violência política naquele país, mas o braço que atirou e se explodiu na manhã de hoje em Rawalpindi, levando ainda outras 16 vidas, certamente é só a ponta do iceberg, o pé pode estar bem longe dali, do outro lado da fronteira.

A pergunta que se faz agora é: Quem lucra com a sua morte?

A resposta é complexa. Ao voltar do auto-exílio, em aliança tácita com o ditador moribundo Musharraf, Benazir em seguida rompe com este e cai no seu desagrado. A partir dali, as ameaças contra sua pessoa se proliferam e tem sempre, segundo a própria Benazir, o dedo do ditador por trás. Mas terá sido só isso? Não seria muito amador para Musharraf matar uma pessoa tão pública e importante, assumindo o ônus e tão pouco ou escasso bônus a coletar depois?

A Al Qaeda, sempre ela, é talvez a maior beneficiária de tudo. O radicalismo e a confusão que se instala no país vira um terreno fértil para o anti-americanismo e suas teorias encontram assim maior chance de êxito. E ainda com a sorte de ter Musharraf a assumir o prejuízo moral.

O Paquistão, país fruto da divisão da grande Índia de Gandi em 1948 e depois ainda com a secessão sob a mão da mesma Índia do lado oriental Blangladesh em 1971, é um país sui-generis. Islâmico e sob proteção velada dos EEUU, tem um arsenal de dar inveja a muitos ditadores e inclusive com armas nucleares. Mas sempre com a educação islâmica fundamentalista que já fomentou as bases que se estenderam para o Afeganistão e região.

E os Estados Unidos, de longe, controlam o que podem e ficam de olho em Musharraf. É melhor um ditador com autoridade do que uma democracia fraca e sob risco de um golpe iminente. É a teoria do risco-menor. A questão é que a morte de Butho pode trazer uma onda de violência que leve a uma intervenção emergencial. Por enquanto Musharraf vai levando e fazendo o que a mão americana não quer fazer, sujar-se de sangue e desvendar a carapuça.

Mas, até quando?

quarta-feira, 26 de dezembro de 2007

botecodopeixe.blig.ig.com.br....novo blog

Acessem o blog ....http://www.botecodopeixe.blig.ig.com.br

Façam como o pessoal do tecnorati, quem acessa o politicaecia não pode perder o blog de esporte e dos amantes do bom futebol presente no BotecodoPeixe.

Chávez nas ondas curtas

Depois da Telesur, a emissora de tv que tem a incumbência nada fácil de integrar os discurso de Chávez para as Américas. Depois do confisco da RCTV e sua saída do ar... o que mais viria por aí?
Ontem ás 16 hs GMT ouvi a RNV - Rádio Nacional da Venezuela, em espnhol, em 17705 khz com emissor alugado direto do...Rio de Janeiro! isso mesmo, transmissor provavelmente da Radiobrás, de Brasília, não do Rio, como dizia a emissão. A emissora praticamente só fala do chavismo e os recalques típicos do coronel, com citações de Nicarágua e Cuba, seus congêneres, ocupam todo o espaço da hora de emissão.

Qual será a próxima investida do ditador?

technorati.com....agradecimentos deste blog

Agradeço o pessoal do Techonati.com por escolher este blog entre seus favoritos. Queremos que este espaço se transforme com o tempo em página de discussão com qualidade sobre a política em geral, esta arte tão especial e pouco compreendida.
Um abraço a todos e boa discussão.
Comentem!

quinta-feira, 20 de dezembro de 2007

Transposição das Águas do São Francisco: O Bispo está certo?

O Rio São Francisco, o Velho Chico para sua gente e para quem o conheceu e, como eu, se apaixonou também à primeira vista, está na ordem do dia. A ironia do destino é que um bispo faz greve de fome para preservar o rio, outrora e sempre lembrado como fonte inesgotável de vida neste nordeste de sêde eterna- de águas e de verbas federais também. E assim como as águas, as verbas também evaporam.

O mérito da greve de fome de Dom Luis Capio é trazer à discussão o assunto, embora um pouco tardiamente, mas, certamente não por sua culpa. Da sua última greve de fome até agora, o que se levou ao conhecimento do público sobre essa obra monumental e seus custos, financeiros e ambientais? nada!

O governo Lula e seus asseclas fizeram terror sobre o fim do mundo se a CPMF não fosse aprovada.... a saúde quebraria, o país ficaria ingovernável(!), aumentariam impostos, fim do bolsa-família, etc....

Mas, falaram que, se a CPMF não fosse aprovada as obras do São Francisco seriam suspensas?
Claro que não. Não interessava chamar atenção sobre assunto tão sigiloso e sobre o qual a imprensa sulista parece não ter interesse.

E são 6 bilhões de reais de custo, só para começar, pois sabemos que orçamento de obra pública no Brasil é ficção. E obra tocada por gente do porte de Gedel e cia!

E o Bispo parece que vai desistir da greve de fome....

Mas, e quando o Velho Chico fizer a greve de sêde?!

Já mataram quase todos os seus afluentes, riachos que conhecemos na obra de poetas e na música de Luiz Gonzaga e na geografia da infância no velho livro do meu pai.

E o Velho Chico vai descendo... a saga do rio é descer. As Águas brincar de ir e vir, na alegria e alegoria das monções... Mas, e se o Velho ficar cansado? e se as águas....

Bem, não pensemos nisso agora! os fogos estão espocando e as obras já começam...

sábado, 15 de dezembro de 2007

Bolívia: Secessão à Vista?

A ditadura do companheiro Evo Morales está conseguindo o que nem os militares da era Banzer conseguiram na Bolívia, a ameaça de secessão das províncias ricas da área de Santa Cruz, na fronteira com o Brasil. Hoje, dia 15 de dezembro, certamente será uma data a ser lembrada na história desse sofrido povo centro-sulamericano e talvez tenha influência até no nosso país. Afinal, é ali que está o gás que o Brasil tanto precisa.

O autoritarismo leva a isso. Vamos ver agora como as coisas se acomodam e se Morales vai reagir com inteligência ou desatinos, talvez com apoio de seu colega do norte Chávez. Também o Brasil deve observar com carinho e não deve tolerar a interferência violenta de agentes externos dentro de Santa Cruz, nas barbas de nossa fronteira.

Começa a arrancada como uma autodeterminação, mas pode desaguar um algo mais sério e grave para a unidade boliviana.

É esperar e ver.

quinta-feira, 13 de dezembro de 2007

Lula e a CPMF: COMO FABRICAR UMA CRISE DO NADA

Era muito bom prá ser verdade. O mercado externo bombando, o dólar correndo para os braços do país, o superávit crescendo, o cenário interno favorável, inflação sobre controle...
Mas temos um governo de terceira, que só surfa na onda internacional e se gaba até da sorte como se fosse talento.
Quem entre nós, sabendo que temos uma receita que vai acabar dentro de certo tempo, coloca isso no orçamento e fica na espera do incerto, sentado na praia ao alcance de tsunamis?
Certamente, manda o bom senso, devemos nos precaver e procurar outras fontes ou saídas. Com a CPMF foi assim. O Sr. Lula ficou delegando poderes para incompetentes e perdendo tempo com uma base aliada que de aliada pouco têm, e negociando com um PSDB louco para fazer história e enterrar esse tributo maldito.
E se fez muita bravata e muito se mentiu de todos os lados. A saúde pouco tem a ver com isso, inclusive a nossa inteligência.
O que se espera de um homem público é que tenha coerência e evite mentir em público pelo menos. E que não faça terror verbal. E foi o que mais vimos nesse tempo todo: ministros iludindo o povo com a falsa idéia da falência da saúde no dia seguinte ao fim do imposto, presidente fazendo lobby, senadores de todos os lados exagerando ou mentindo.... e verbas escorrendo pelo ladrão (e que não se perca pelo nome!).
E agora temos uma crise pré-fabricada fazendo a bolsa cair por nada. E a falta de confiança externa nos nossos pseudo-governantes fazendo o risco-país subir. Estupidez.
E nem precisamos disso. A arrecadação está de cofre cheio. E o governo cheio de apetite para torrar mais.

Um grande dia para o Senado tão sofrido e humilhado por tantas mazelas e gente que não honra aquela casa. Um péssimo dia para Lula e sua cartinha de interesse de última hora.

Cpmf: já morre tarde!

quarta-feira, 12 de dezembro de 2007

Santander Libertadores. Revolução nas Américas!

Consulte o meu Blog de Esportes: www.botecodopeixe.blig.ig.com.br

Veja matéria sobre a edição 2008 da Copa Libertadores da América e seu novo patrocinador o Banco Santander.

De quebra veja outras matérias sobre o futebol no Brasil e no Mundo e sobre o meu time favorito, o Santos FC.

Benvindos. Comentem.

terça-feira, 4 de dezembro de 2007

Chávez: Lições da Derrota. Reflexões do plebiscito na Venezuela

A imprensa brasileira, nossa referência mais próxima, não é, digamos, expert em América Latina e África, e vamos discutir muito isso no futuro próximo. Logo, acompanhando revistas e grandes jornais de São Paulo, por exemplo, pouco ou nada vemos sobre a África, mas isso é assunto para outro dia. Agora, sobre a América Latina, nossa grande área vizinha (não vamos, como os EEUU, dizer quintal!) pelo menos existe alguma discussão. E o caso do plebiscito de domingo foi um bom exemplo.

Chávez tem muitos defeitos, certamente, e discorremos sobre eles neste blog já em outras vezes, mas tem um grande mérito: pelo bem ou pelo mal a Venezuela é notícia no mundo. No tempo da velha e boa democracia pouco se falava do país. Falta capitalizar isso a favor do bem...

Domingo, na análise de nossa grande imprensa, temos análises ao gosto do freguês, seja ele chavista ou oposicionista, e sabemos que no Brasil, se contestar os EEUU. nossa elite de esquerda já venera qualquer caudilho ou similar, assim como demonizar alguém de esquerda mesmo moderada (o que não é o caso de Chávez) é igualmente comum.

Segundo Lula, o ditador da Venezuela pode ser acusado de tudo, menos de falta de democracia, já que leva à votação quase tudo no país. Pobre Lula! confundiu parlamentarismo com presidencialismo e monarquia e republica e etc... Mas, deixemos oss vexames de Lula de lado, por enquanto. Democracia nada tem a ver com referenduns, plebiscitos, exclusivamente: democracia é também isso e mais um pouco, mas levar à votação, no clima exaltado de um populismo exacerbado, qualquer assunto, sem dúvida é esquecer que democracia é acima de tudo respeito às regras e leis, dentro de um cronograma, de forma que o resultado não seja fruto apenas do momento.

Um exemplo? Aqui no Brasil o Congresso tem péssima imagem e as pesquisas do dia-a-dia mostram isso. Político é sinônimo de corrupção e mazelas... um plebiscito para acabar com o Congresso poderia ser vitorioso se um Lula colocasse esse despautério na ordem de votação.
Mas, por outro lado, vemos que os escândalos do cotidiano contemplam também o executivo e o o judiciário....e alguém explica a popularidade do presidente "que nada sabe"?

Chávez perdeu domingo. Vai continuar e logo tentar outra chance de aprovar a sua revolução bolivariana e eternizar-se no poder? ou vai se curvar e cumprir seus longos 5 anos de mandato e depois...

Bem, prefiro lembar do Chávez que começou tudo com um fracassado golpe sangrento. Talvez, se insistir e exagerar na dose, acabe desague em outro golpe, oxalá sem sangue.

Não existem lobos na Venezuela. Mas se existisse teria boina e pelagem vermelha.

quarta-feira, 28 de novembro de 2007

Lembranças de guerra...Africa, Líbano...1975

Era apenas um garoto.
Corria o ano de 1975 e corria eu também pelas ruas da nova cidade.
De dia, a alegria, a bicicleta, o futebol. E também a escola, os amigos. A família, tudo.
Lia muito. Na escola, lia tudo e o tudo era pocuo. Então, à noite, espreitava atrás dos adultos a tv, e lá via a guerra que não existia nos livros. E nem nos jornais.
Censura?
Depois soube o que era isso. E talvez tenha dado um fim justo a tantos jornais censurados com notícias falsas e receitas de falsos bolos quanto aquelas que lia e não entendia. Hoje sei que o bolo era outro... Havia a nossa guerra e os nossos mortos que a tv não via.
Eu via entre uma coisa e outra a guerra, esta sim, ao vivo, em Angola, no Líbano...etc. As minhas guerras da noite... Coisas de criança que lê muito e muito vê. E tudo pergunta e pouco respondem.
Mas, coitados, eles sabem?
E os nossos adultos vão indo embora...
O silêncio vai moldando os jovens e as crianças.

Respostas às vezes demoram: mas, trinta anos?!...

sábado, 24 de novembro de 2007

Telhado de Vidro: O PSDB amarga o seu mensalão

O eixo Brasilia - BH têm razões que não cabem na BR 040 e tampouco nos jatinhos fretados que enfeitam os céus do Brasil Central. Marcos Valério, Mares Guia, Azeredo e cia., lembram-se? pois essa trupe segundo o procurador geral da república inventaram o esquema que no governo Lula faria tanto sucesso.

Caixa dois, verbas de campanha...pouco importa a finalidade, já que tantos veneráveis minimizam o crime justificando que os acusados não se apropriaram do dinheiro, mas destinaram todos os recursos para suas campanhas. E afinal caixa dois segundo o próprio Lula á coisa normal e aceitável. Mas parece que alguma coisa vai mudando no Brasil. Se pouco se espera do Congresso e dos governos em geral, a justiça devagar vai delimitando campos onde a ética e a moralidade não entravam.

Ironia do destino, na mesma semana em que o PSDB inunda a tv de publicidade tendenciosa comparando as práticas petistas e tucanas, vem a avalanche do mensalão tucano de 98, o laboratorio do mal de Valério. Ali se gestou a prática, ainda segundo o procurador, do conluio do público e o privado para desviar e alocar verbas de publicidade e outras para fins excusos. A lama tucana e a lama petista é a mesma. Até os personagens são os mesmos, ou quase.

Azeredo, senador, bem poderia ter a dignidade de renunciar, mas prefere o "nada sabia" lulista e se esconder na desfaçatez de dizer que delegava poderes na campanha. Quer jogar, sem o dizer ,tudo nas costas de Mares Guia, já que a Marcos Valério não cola mais nada. E tem ainda a questão dos R$ 500 mil que deve a Mares Guia e foi perdoado... Lastimável.

Mares Guia, ministro, demite-se e no mesmo dia Lula já empossa o sucessor José Múcio. Ambos foram da tropa de elite fernandista.... Estava portanto tudo acertado havia dias e teria que ser no dia do concresso do PSDB para dividir a lama e calar os insensatos.

Quebra-se o telhado de vidro peessedebista e pouco terá a acrescentar no campo da ética o partido que Covas ajudou a fundar e pelo qual tanto lutou em seus 19 aninhos mal completados outro dia. Assume outro presidente e já tem a dura tarefa de costurar a aliança de caciques de olho em 2010, de definir se é contra ou favor da CPMF, de expurgar ou proteger o cadáver político de Azeredo... enfim, de exercer uma oposição digna e equilibrada e saber vender isso à opinião pública. Por enquanto o que se vê é um bando de órfãos de FHC de um lado, puxa-sacos lulistas de olho na CPMF camuflados de outro... e assim caminha até o cadafalso de 2008,2010.

Quem compra um produto destes, vencido, azedo, mal embalado?...

Cabinda. A Guerra esquecida de Angola

Quando em novembro de 1975 Angola se viu livre do jugo português e ao mesmo tempo via seu povo vítima da guerra fratricida das tres facções que então buscavam hegemonia no novo horizonte - MPLA, de Agostinho Netto, FNLA, do pioneiro Holden Roberto e a Unita de Jonas Savimbi, em batalhas que se estenderam até a década de 90, Cabinda e seu povo pouco teriam a comemorar.

Parte do antigo Reino do Povos do Congo, Cabinda é um enclave do norte de Angola, encrustrado no território da República Democrática de Congo(ex-Zaire) e com froteira ao norte com o Congo Brazzaville. Pelo tratado de Simulambuco em 1885 os reis e príncipes de Cabinda se submeteram à tutela de Portugal.

Assim, Cabinda sempre foi um povo e território apartado de Angola, com o qual só partilha um pouco da língua colonial. Apenas em 1957 Portugal unifica as administrações de Angola e Cabinda, por questões econômicas e administrativas. Por essa época Holden Roberto já havia fundado a sua FNLA e dava os primeiros passos internacionais na formação do governo livre angolano no exílio. Mais tarde ele perderia a corrida para o MPLA e a Unita. Mas sempre teve o apoio dos governos francófonos da região, os dois Congos.

Em 1975 Cabinda troca Portugal por Angola como potência colonizadora. Agora o petróleo já tinha sua importância e o enclave se tornaria então a 18a. província da RPA.

As jazidas de ouro negro sempre estiveram por trás do apoio tácito dos Congos aos cabindas. Mobutu a considerava parte do território do então Zaire. De fato, a identidade cultural dos nativos está mais próxima ao Congo que a Angola. Mas o olho nas riquezas do enclave fala mais alto.

A Flec-Frente de Libertação do Enclave de Cabina é fundado em 1963, com a fusão dos tres movimentos existentes até então. Permanece no campo diplomático até a independência angolana, pois nutria a esperança de que Portugal conduziria o processo de forma que não precisasse entrar numa guerra que sabidamente os cabindas jamais venceriam, visto que a sua exígua população (hoje de 300 mil habs.) não suportaria. E se isso valia contra os portugueses o mesmo se pode dizer em relação à Angola. Entretanto, o fracasso das diplomacias e o silêncio das grandes potências, levou a Flec, com apoio dos Congos e base intelectual em Paris, a incrementar a luta armada.

Trata-se de uma luta tímida mas renitente, travada corpo-a-corpo ou em emboscadas no interior do enclave, nas florestas ou nos pântanos. Mas a população mais uma vez e sempre á a grande vítima. De um lado, sofre com seus filhos na guerra silenciosa, de outro, a miséria imposta pela falta de investimentos e expropriação de suas riquezas pelo regime de José Eduardo dos Sntos, o magnata do petróleo do sul. E enfim é uma guerra que provavelmente não terá vencedor, ficando do campo das guerrilhas de balas e palavras, em Tchiowa, Kinshasa e Paris.

Recentemente, a Flec sofreu a deserção do grupo de Antonio Bento Bembe, que "assinou" a paz com o governo central de Angola e se integrou às Forças Armadas de Angola, caindo no ostracismo breve. Nzita Tiago, o presidente cabindês no exílio em Paris segue sua luta e expurgou o grupo desertor. Todavia segue no exterior, e o povo ressente-se de um líder ao seu lado, nas agruras do dia-a-dia.

Chivukuvuku, deputado da Unita no Parlamento de Luanda, proferiu discurso recentemente no qual toca em duas questões-chave da questão cabindesa. De um lado, reconhece que a identidade do povo cabinda é totalmente diversa do angolano: de outro, ressalta a dubiedade do apoio dos Congos à Flec, dando a entender que estes de fato querem não a independência do enclave, mas um pretexto para se aproveitar da sua identidade comum para encampar as riquezas minerais ali situadas. Não obstante, reforça a idéia da paz possível, de uma autodeterminação que, em outras palavras, poderia ser traduzido por um Estado Livre Associado à La Porto Rico. E foca na questão da fragilidade de um povo diminuto cercado por potências ricas em cobiça.

Enfim, ainda vamos ver desdobramentos da crise cabindesa e infelizmente muitas vítimas até a solução possível do impasse. E temos as grandes irmãs do petróleo que sustentam governos e guerras mundo afora, de maneiras e modos pouco ou nada transparentes.

Será esta a sina do povo cabinda?

ver: ibinda.com
ver: flec
ver: pnn.pt

segunda-feira, 19 de novembro de 2007

Chávez...por que não te calas?

A América mais uma vez deve erguer um viva ao Rei de Espanha. Aqui no Brasil temos em 7 de abril o célebre dia do fico, mas sempre vão lembrar na Venezuela o dia do pito público mais famoso do mundo. E a Venezuela e a região vão se orgulhar disso, pois o tirano de Caracas além de destruir a economia do seu país pode também levar o caos aos demais países. Aqui infelizmente temos caudilhos tacanhos que toleram suas maluquices, mas isso não é brincadeira.

A Venezuela, outrora exemplo de democracia, experimentou seu primeiro golpe com o tirano Chávez, que mais tarde pela via do voto chegou ao poder. Pena que tenha então se valido da democracia para conseguir a sua liberdade decorridos apenas 2 anos de seu golpe sangrento.
Mas, esquecendo que seu telhado é de vidro, julga-se na autoridade de inculpar o Rei em golpe contra si no passado. Mas a Espanha não é a Venezuela, não vai distribuir petróleo ou dinheiro por aí para comprar apoios fracos e vivas a ditadores de pouca estatura.

Agora, entramos rápido numa desnecessária corrida armamentista no Cone Sul. As Forças Armadas do Brasil já estão se mexendo para reequipar o seu arsenal e fazer frente com os venezuelanos numa possível guerra de fronteira. Os gastos com esses arsenais vão custar caro em vidas mesmo que não sejam jamais utilizados, pois poderiam ir para áreas mais carentes e urgentes, cá como lá.

A primeira vítima será fatalmente a Guiana. Primeiro o Ditador perdoa dívida do país, depois toma-lhe a metade do território de um só golpe. A região é quase desabitada, mas rica em minérios e petróleo, e a Venezuela tem essa aspiração desde tempos remotos.

A segunda poderá ser o território controlado pelas FARCs na Colômbia. Chávez já se proclama pacificador e mediador da crise dos rebeldes contra o governo central de Bogotá. Bem que se diga que Uribe deve estar atento e forte, pois tem apoio americano de sobra. Aqui a briga será dura.

A outra frente é o apoio à Bolívia e ao Equador, de governos títeres e amáveis. E demagógicos como o Líder. O Brasil já sentiu o peso dessa trinca na questão das refinarias da Petrobrás. E mais uma vez Lula tergiversou e brincou de fazer política de faz-de-conta.

Fiquemos atentos, pois o nacionalismo é a pátria dos covardes, como bem sabemos. À medida que economia vai mal- como a Argentina de 82 e sua aventura nas Falklands- a sanha do ditador é encontrar novos factóides para se perpetuar no poder e dar circo aos pobres, pois o pão pode faltar, mesmo com petróleo a cem dólares o barril. Não se faz um país sem uma classe média forte e sem classe média não existe mercado interno que se sustente. É esse o caminho do fracasso.

Agora, Lula e Cristina, vamos acompanhar o ditador em sua trilha de sangue rumo ao cadafalso?
É simples: comecem dando-lhe um pouco mais de corda no Mercosul.